JORNAL DO BRASIL:
No ano em que uma série de homenagens registra as duas décadas da morte de Clara Nunes, o cantor mineiro Márcio Guima, 36 anos, sobrinho da artista, está às voltas com a tarefa hercúlea de reunir material sobre a vida e a obra da tia. Tudo para ajudar a Prefeitura de Caetanópolis, cidade na qual Clara nasceu, a montar o Museu Clara Nunes.
Parte do acervo está organizado há pelos menos 15 anos, quando Maria Gonçalves, irmã da guerreira, construiu uma sala de 120 metros quadrados, anexa à creche que leva o nome da cantora, para abrigar os objetos. ''São cerca de 150 vestidos, adereços da umbanda, jóias, bijuterias e quadros'', conta Márcio, que, aliás, recebeu proposta de uma grande gravadora para lançar o CD em homenagem à Clara. ''Recusei. Não preciso explorar isso para sobreviver'', diz.
As obras do Museu Clara Nunes estão orçadas em R$ 300 mil, mas até o momento somente a empresa Vallourec & Mannesmann abraçou o projeto, oferecendo R$ 90 mil para as reformas iniciais do antigo cinema Clube Cedrense. O espaço pertencia à fábrica têxtil Cedro-Cachoeira, onde Clara trabalhou como tecelã, entre 1956 e 1958. Foi neste cinema que a artista cantou pela primeira vez aos 9 anos.
Mais Clara
O compositor Paulo Cesar Pinheiro, último marido de Clara Nunes, anda desfiando farpas contra a EMI. A gravadora quer relançar em CD gravações da cantora no início dos anos 70, período em que ela se dedicou a um repertório mais romântico, com versões de músicas francesas e italianas. Ele argumenta que Clara detestava esta fase da carreira. Mas, segundo Márcio Guima, Clara nunca renegou este repertório. ''Ela estava começando e tinha de fazer o que gravadora mandava. Sou a favor de lançarem a coletânea. Para os fãs seria ótimo'', diz. Mas até aí morreu neves. Quem decide mesmo é Paulo Cesar, que casou em comunhão de bens com a cantora e, hoje, é detentor dos diretos autorais da obra da artista.
Fã Clube Virtual Clara Nunes
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